quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Yoani Sánchez já está se achando!


¡Yo soy lo máximo!
 
Por Altamiro Borges

A mídia colonizada já está fazendo um baita carnaval com a visita ao Brasil da blogueira cubana Yoani Sánchez. Em pleno feriadão, ela foi destaque em entrevistas na Folha e no Estadão. O Globo também já publicou várias matérias sobre “a principal dissidente do regime castrista”. Nos dias que antecedem a sua chegada, prevista para 18 de fevereiro, ela também deverá ganhar generosos espaços nas emissoras de tevê. Com tantos holofotes e bajulações, Yoani Sánchez já está se achando o máximo! E dá-lhe abobrinhas!

Na longa entrevista ao Estadão, no sábado, ela chegou a dizer que se considera uma “diplomata do povo” – num egocentrismo risível. “Nenhuma chancelaria me nomeou, nenhum palácio de governo me reconhece como representante de nada, mas eu sinto que devo ajudar a estreitar os vínculos entre uma nação e outra. Sou uma representante da diplomacia popular”, afirmou a blogueira, que é colunista do jornal da famiglia Mesquita e colaboradora da máfia do Instituto Millenium, mas é quase uma desconhecida em Cuba.

Já na entrevista à Folha, ela se apresentou como heroína da democracia. “Fiz do meu caso um emblema. Se o pensamento [do governo] foi ‘deixe-a sair para ver se ela se cala’, foi uma má jogada política. É uma propaganda perigosa, porque vou me comportar como uma pessoa livre, dizer o que penso e ser uma embaixadora do desejo de liberdade de cubanos no mundo”. Ambas as entrevistas evitaram perguntas delicadas à blogueira – como sobre a sua recente nomeação para o cargo de diretora regional da nefasta Associação Interamericana de Prensa (SIP), com um salário de US$ 6 mil.

Para ajudar os que ainda não conhecem “o que pensa” Yoani Sanchez, reproduzo abaixo um texto publicado em janeiro do ano passado.

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Yoani Sánchez: blogueira ou mercenária?
Por Altamiro Borges

Nas vésperas da visita da presidenta Dilma Rousseff a Cuba, a mídia colonizada tem feito grande alarde em torno do nome da blogueira cubana Yoani Sánchez. Ela é apresentada como uma “jornalista independente”, que mantém um blog com milhões de acessos e que enfrenta, com muitas dificuldades materiais, a “tirania comunista”, que a persegue e censura.

Na busca pelo holofote midiático, líderes demotucanos e, lamentavelmente, o senador petista Eduardo Suplicy têm posado de defensores da blogueira. Eles se juntaram para pressionar o governo a conceder visto para que Yoani venha ao Brasil assistir a pré-estréia do filme “Conexões Cuba-Honduras”, do documentarista Dado Galvão – que, por mera coincidência, é membro-convidado e articulista do Instituto Millenium, o antro da direita que reúne os barões da mídia nativa.

A falsa “jornalista independente”

Mas, afinal, quem é Yoani Sánchez? Em primeiro lugar, ela não tem nada de “jornalista independente”. Seus vínculos com o governo dos EUA, que mantém um “escritório de interesses” em Havana (Sina), são amplamente conhecidos. O Wikileaks já vazou 11 documentos da diplomacia ianque que registram as reuniões da “dissidente” com os “agentes” da Sina desde 2008.

Num deles, datado de 9 de abril de 2009, o chefe da Sina, Jonathan Farrar, escreveu ao Departamento de Estado: “Pensamos que a jovem geração de dissidentes não tradicionais, como Yoani Sánchez, pode desempenhar papel a longo prazo em Cuba pós-Castro”. Ele ainda aconselha o governo dos EUA a aumentar os subsídios financeiros à blogueira “independente”.

Subsídios e “prêmios” internacionais

Anualmente, o Departamento de Estado destina cerca de 20 milhões de dólares para incentivar a subversão contra o governo cubano. Nos últimos anos, boa parte deste “subsídio” é usada para apoiar “líderes” nas redes sociais. A própria blogueira já confessou que recebe ajuda. “Os Estados Unidos desejam uma mudança em Cuba, é o que eu desejo também”, tentou justificar numa entrevista ao jornalista francês Salim Lamrani.
Neste sentido, não dá para afirmar que Yoani Sánchez padece de enormes dificuldades na ilha – outra mentira difundida pela mídia colonizada. Pelo contrário, ela é uma privilegiada num país com tantas dificuldades econômicas. Além do subsídio do império, a blogueira também recebe fortunas de prêmios internacionais que lhe são concedidos por entidades internacionais declaradamente anticubanas. Nos últimos três anos, ela foi agraciada com US$ 200 mil dólares de instituições do exterior.

O falso prestígio da blogueira

Na maioria, os prêmios são concedidos com a justificativa de que Yoani é uma das blogueiras mais famosas do planeta, com milhões de acesso, e uma “intelectual” de prestígio. Outra bravata divulgada pela mídia colonizada. Uma rápida pesquisa no Alexa, que ranqueia a internet no mundo, confirma que seu blog não é tão influente assim, apesar da sua farta publicidade na mídia e dos enormes recursos técnicos de que dispõe – inclusive com a estranha tradução “voluntária” para 21 idiomas.

Quanto ao título de “intelectual” e principal dissidente de Cuba, a própria Sina realizou pesquisa que desmonta a tese usada para projetar a blogueira. Ela constatou que o opositor mais conhecido na ilha é o sanguinário terrorista Pousada Carriles. Yoani só é citada por 2% dos entrevistados – ela é uma desconhecida, uma falsa líder, abanada com propósitos sinistros.

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